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Como o mercado imobiliário pode alcançar a neutralização de carbono?

 
Como o mercado imobiliário pode alcançar a neutralização de carbono? Como o mercado imobiliário pode alcançar a neutralização de carbono?

É importante o uso de infraestrutura verde, com soluções baseadas na natureza, que criem espaços urbanos sustentáveis

 

O mundo continua a experimentar os efeitos das mudanças climáticas. Como as atividades relacionadas à construção civil representam cerca de 40% de todas as emissões de carbono globalmente, o mercado imobiliário tem a responsabilidade de desenvolver estratégias e mecanismos para mitigar os impactos decorrentes de sua atividade.


A empresa Jones Lang Lasalle entrevistou recentemente mil usuários e investidores imobiliários em todo o mundo para avaliar os níveis de comprometimento da indústria, e explorar as barreiras que estão enfrentando em sua jornada rumo à descarbonização. A pesquisa revelou amplo apoio para uma abordagem mais colaborativa. Mais de 80% dos entrevistados concordam que uma forte parceria entre governos municipais, usuários de imóveis e investidores é fundamental para impulsionar a agenda de carbono zero.


Mas, como o mercado imobiliário pode alcançar a neutralização de carbono? A adoção de um modelo de negócio voltado a esse objetivo exigirá uma mudança de mentalidade no setor público, que deverá enxergar o mercado imobiliário como parceiro de longo prazo, capaz de atingir objetivos ambientais. Sem isso, dificilmente haverá sucesso nessa empreitada.


Esse é o caso, por exemplo, do governo do estado de São Paulo, que está desenvolvendo um Plano de Ação Climática de descarbonização até 2050, e convocou o setor imobiliário para contribuir com ideias e ações conjuntas para a consecução desse objetivo.


Basicamente, existem três áreas principais na atividade imobiliária que merecem atenção quanto à neutralização das emissões de carbono. A produção de áreas urbanas, a construção de edifícios e a manutenção e operação do ambiente construído.


No que diz respeito à produção de áreas urbanas, é importante a utilização de infraestrutura verde, com soluções baseadas na natureza, e que possam criar espaços urbanos sustentáveis. Essa infraestrutura verde inclui, dentre outras, soluções de drenagem sem o uso de sistemas convencionais de galerias, mas sim com jardins de chuva, desenvolvidos para a captação das águas por infiltração, além de sistemas de reuso de água e implantação de sistemas de energia renovável.


O carbono incorporado -emissões de gases de efeito estufa durante a construção de edifícios, incluindo aquelas que surgem da extração, do transporte, da fabricação e instalação de materiais de construção no local- e as emissões operacionais associadas a esses materiais representam parcela crescente da emissão geral do ciclo de vida dos edifícios.


Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, espera-se que o carbono incorporado represente 74% das emissões totais de novos edifícios entre 2020 e 2030.

Portanto, a utilização de novas tecnologias e o emprego de novos materiais que contenham menos carbono incorporado, seguramente, diminuirão de maneira considerável a contribuição da construção civil na matriz de emissão de carbono.


A operação do ambiente construído, outra área importante, deve caminhar de forma mais arrojada rumo à diminuição do consumo de recursos naturais, especialmente de água e energia, e da geração de resíduos.


Por outro lado, aproximadamente 80% dos edifícios existentes -muitos com grandes quantidades de carbono incorporado- estarão conosco em 2050. Dessa forma, o retrofit passa a ser ferramenta importante para que seja alcançada a neutralização de carbono no setor imobiliário.


Os níveis de emissão de carbono nas diversas etapas de desenvolvimento do mercado imobiliário, da produção à operação, devem ser plenamente conhecidos, de tal forma que as estratégias mais adequadas para a mitigação desses efeitos sejam desenvolvidas. O planejamento, as ações e as estratégias são importantes nesse processo. Contudo, a criação de indicadores para monitoramento e acompanhamento das intervenções será fundamental para que o mercado imobiliário atinja, de forma objetiva e planejada, a neutralidade de carbono.


Claudio Bernardes é engenheiro civil e presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Presidiu a entidade de 2012 a 2015.

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